A Prova Discursiva do Senado Nível Médio e Nível Superior
I – Resumo
O nível da redação e da questão discursiva foi bastante alto tanto para analista quanto para técnico,
Questão Discursiva
O diferencial na questão discursiva era conhecer profundamente a matéria para se posicionar diante das demandas do examinador.
No caso, de analista legislativo, processo legislativo, era preciso saber os limites e competências das Comissões Parlamentares de Inquérito. Essa foi a tônica, também, da prova para policial legislativo, que demandava a aplicação da lei ao caso concreto de uma CPI.
O candidato deveria assumir defesa de ponto de vista, mas com base na legislaçãoem vigor. Aprova para técnico legislativo, processo legislativo, por sua vez, era de natureza expositiva e pedia que os candidatos discorressem sobre a tramitação de uma medida provisória para abertura de crédito suplementar
Redação
É difícil ponderar qual dos dois temas de redação estava mais difícil, o de nível superior ou o de nível médio. O certo é que os candidatos precisavam de amadurecimento e senso crítico para refletir sobre os temas e propor uma argumentação em defesa de ponto de vista.
É desafiador discutir se, no momento em que se verificam bons ventos da economia do Brasil, em que é possível ao brasileiro se sentir amadurecido, olhar para si e reconhecer potencialidade, somos mais ou menos tupiniquins? Ou em outras palavras o que é tupiniquim?
Não é menos desafiador discutir se, no mundo atual, a velocidade das mudanças impõe às pessoas a necessidade de uma busca intransitiva e absoluta.
Para analista, a estratégia mais simples seria dizer que a ideia de sermos tupiniquins costuma ter um sentido negativo de subdesenvolvimento e que o Brasil tem superado essa condição ao longo das últimas décadas. Todavia, para se livrar dessa imagem negativa, é necessário completar o percurso rumo ao desenvolvimento, com uma educação de qualidade, incentivo à ciência e tecnologia entre outros aspectos.
O caminho mais simples para o nível médio seria reconhecer que o mundo contemporâneo move-se numa velocidade frenética e com um apelo praticamente irresistível ao consumo. Todavia o segredo para a felicidade e o equilíbrio estaria em ser seletivo e crítico para cada ser humano estabelecer seu próprio ritmo e objetivos de vida.
Além de tudo, era preciso cuidar da forma, da coesão textual, na hora de colocar as ideias no papel. Não é fácil dar conta dessa complexidade toda com tempo bastante exíguo. Mas transformar os temas em perguntas, a exemplo, do que fez o examinador na redação para analista, era a melhor estratégia.
II –Artigo Completo
O nível da prova discursiva, à evidência, foi bastante alto tanto para analista quanto para técnico. De um lado, a dissertação demandou conhecimento sobre os temas da atualidade e amadurecimento para a defesa de ponto de vista com argumentação; de outro, a questão discursiva exigiu conhecimento técnico aprofundado para se respondida.
Questões Discursivas
Ao examinarmos três exemplos de questões discursivas, analista legislativo – processo legislativo; técnico legislativo – processo legislativo, e policial legislativo, vemos que o diferencial era conhecer profundamente a matéria para se posicionar diante das demandas do examinador.
No caso, de analista legislativo, processo legislativo, era preciso saber os limites e competências das Comissões Parlamentares de Inquérito, que podem, por exemplo, pedir a quebra do sigilo telefônico, mas não a interceptação telefônica, porquanto esta se insere na reserva de jurisdição.
Tratava-se de uma prova argumentativa, mas de natureza técnica. Por outras palavras, o candidato deveria assumir defesa de ponto de vista, mas com base na legislação em vigor. Portanto, precisava conhecer em profundidade a matéria.
Essa foi a tônica, também, da prova para policial legislativo, que demandava a aplicação da lei ao caso concreto de uma CPI, em que, entre outras ocorrências, o Presidente deu voz de prisão ao advogado do depoente e este também deu voz de prisão ao Presidente da CPI.
Sem dúvida, era um caso de polícia, que demandava muito conhecimento dos limites e competência das CPIs, a exemplo do que ocorreu para o nível superior.
A prova para técnico legislativo, processo legislativo, por sua vez, era de natureza expositiva e pedia que os candidatos discorressem sobre a tramitação de uma medida provisória para abertura de crédito suplementar.
Redação
É difícil ponderar qual dos dois temas de redação estava mais difícil o de nível superior ou o de nível médio. O certo é que os candidatos precisavam de amadurecimento e senso crítico para refletir sobre os temas e propor uma argumentação em defesa de ponto de vista.
Confirmando a estratégia de transformar os temas em perguntas, o próprio examinador, na prova de analista, propõe uma indagação de difícil resposta: no momento em que se verificam bons ventos da economia do Brasil, em que é possível ao brasileiro se sentir amadurecido, olhar para si e reconhecer potencialidade, somos mais ou menos tupiniquins? Ou em outras palavras o que é tupiniquim?
O tema permitia, com certeza, mais de um recorte, embora, do nosso ponto de vista, fosse preciso definir o que é tupiniquim. Como pano de fundo, está o eterno dilema entre o ufanismo e o complexo de vira-latas.
A estratégia mais simples seria dizer que a ideia de sermos tupiniquins costuma ter um sentido negativo de subdesenvolvimento e que o Brasil tem superado essa condição ao longo das últimas décadas. Todavia, para se livrar dessa imagem negativa, é necessário completar o percurso rumo ao desenvolvimento, com uma educação de qualidade, incentivo à ciência e tecnologia entre outros aspectos.
Agora, seria possível um recorte, digamos, mais sofisticado, que poderia questionar o sentido pejorativo da expressão tupiniquim e mostrar a importância de se reconhecerem as origens brasileiras e convalidar o caminho da Nação rumo ao desenvolvimento. Dessa perspectiva, seria importante ressaltar que gradativamente temos vencidos a exclusão social e nos firmado no cenário mundial como economia emergente.
O maior problema, além de decidir qual seria o recorte, era conseguir desenvolver um tema tão complexo e denso em trinta linhas, com tempo bastante reduzido.
Esse, sem dúvida era o desafio para a prova de nível médio que propunha um tema igualmente desafiador:
O candidato encontra uma charge, em que se opõe o ritmo de vida frenético de algumas pessoas à lentidão de outras e se faz um alerta para não corrermos atrás do que já temos.
Em seguida o examinador pede ao candidato para elaborar um texto dissertativo-argumentativo discutindo se, no mundo atual, a velocidade das mudanças impõe às pessoas a necessidade de uma busca intransitiva e substantiva.
Do nosso ponto de vista, esse tema é mais abstrato do que o de nível superior e, com certeza, mais difícil, porque o candidato precisa decodificar o sentido da expressão intransitiva e absoluta, ou seja, que não tem limite e é preponderante na vida das pessoas.
A estratégia aqui é, em primeiro lugar, transformar o tema em uma pergunta sim ou não: então a velocidade das mudanças impõe, ou não, às pessoas uma busca incansável por algo que nem sempre é fácil de ser definido, como mostra a charge.
O caminho mais simples é reconhecer que o mundo contemporâneo move-se numa velocidade frenética e com um apelo praticamente irresistível ao consumo, talvez porque as pessoas tenham perdido a capacidade de racionalizar o desejo de ter como símbolo de status e aceitação. O segredo para a felicidade e o equilíbrio na mutável sociedade do conhecimento estaria em ser seletivo e crítico para cada ser humano estabelecer seu próprio ritmo e objetivos.
Vale ressaltar que as redações argumentativas requerem do candidato uma intervenção crítica, uma contribuição para o debate de questões inerentes ao mundo contemporâneo. Por isso, a prova requer bagagem de leitura e amadurecimento do candidato, que não pode ser tentado a ficar num exercício de paráfrase do texto motivador.
É preciso transformar o texto numa pergunta ou conjunto de perguntas e respondê-lo na forma de um posicionamento baseado em argumentação pertinente. Ademais, é preciso cuidar da forma, da coesão textual, na hora de colocar as ideias no papel. Não é fácil dar conta dessa complexidade toda com tempo bastante exíguo.